Nos últimos anos o gradil em PRFV passou a ser uma opção ao gradil metálico. Nesta publicação vamos falar das suas características e das situações onde ele pode ser uma alternativa a considerar.
De que falamos quando mencionamos a sigla “PRVF”?
Poliéster reforçado com fibra de vidro:
Poliéster: Resina, que como muitas outras deriva do petróleo, é obtida por um processo químico. São múltiplas as aplicações industriais que se podem dar aos vários tipos de resinas que se podem obter a partir do crude.
Fibra de vidro: Material baseado em oxido de silício, com aparência similar a um fio. Além de se utilizar como isolante, também se usa como reforço em produtos poliméricos.
Reforçado: Este termo refere-se ao processo mediante o qual se adiciona fibra de vidro ao poliéster, conferindo-lhe resistência e aumentando a qualidade do produto final.
Estes três elementos definem perfeitamente as características do gradil em PRFV. Também podemos encontrar este produto com a sigla “GRP” (do inglês glass reinforded plastic) ou em linguagem mais quotidiana, gradil em plástico ou em poliéster.
O gradil é só um dos inúmeros produtos que se fabricam a partir destes derivados do petróleo e a sua grande utilização na industria não é só devida ao baixo custo, mas também à sua polivalência e eficiência, qualidades que lhe conferem múltiplas vantagens relativamente a outros produtos utilizados ao longo da historia.
Podemos mencionar como exemplo a industria automóvel, onde a fibra de carbono e outros polímeros têm cada vez mais protagonismo na fabricação de diversos componentes, pois com estes produtos é possível obter bons resultados a vários níveis, como: ganhos de resistência, ganhos de qualidade, redução de custos (é possível fabricar peças em impressoras 3D). Definitivamente, estes materias dentro dos que fazem parte da constante evolução da industria na busca de produtos mais eficientes.
Fabricação de gradil em PRVF
O gradil em PRFV é fabricado em moldes e desta forma obtêm-se módulos uniformes com resistência bidirecional que podem ser cortados para obter peças com as formas e medidas necessária à sua aplicação.
Vantagens
Uma das vantagens do PRFV é sem duvida a sua resistência à corrosão e a muitos agentes químicos, como por exemplo à salinidade. Este facto é um ponto favorável à sua escolha para aplicação em locais onde se utilizem este tipo de agentes, ou em zonas costeiras, por exemplo.
Outro ponto que devemos mencionar é a sua reação ao fogo, pois é auto extinguível, requisito indispensável para o cumprimento de normas que o obrigam em determinadas instalações . É também um produto não condutor de eletricidade.
Por fim, no que respeita à resistencia a cargas, possui uma vantagem derivada do seu método de fabrico, que resulta numa grelha monobloco, em que os elementos em ambas as direções são iguais o que lhe confere resistência bidirecional. Isto evita possíveis erros de montagem, pois a sua aplicação sobre os apoios não está condicionada pela direção dos elementos resistentes. É também de assinalar o facto de que ao ser cortado não perde resistência nem integridade.
Desvantagens
Uma das principais desvantagens do gradil em PRFV é o facto de não ser um produto reciclável, ao contrario do em aço que pode ser reutilizado infinitamente. Num contexto em que cada vez é mais importante dar atenção ás questões ambientais, a utilização de materiais não recicláveis ou contaminantes é um problema que deve sempre ser tido em conta, e uma responsabilidade social das empresas. Isto ganha maior importância quando cada vez mais se promovem ações que visam obrigar à redução emissões, e do consumo e produção de produtos contaminantes.
Outra das desvantagens é o facto de se utilizarem vários tipos de resina no fabrico de gradil em PRFV, conferindo-lhe cada uma delas características especificas, que o podem tornar adequado ou não para alguma utilizações. Esta questão é indispensável ser bem esclarecida a quando da compra deste produto.
Utilização do gradil em PRFV
Como referimos atrás o PRFV não se utiliza somente no fabrico de gradil, podemos encontrar muitos outros produtos fabricados com este material, como por exemplo: tubos, grelhas para caleiras e diversos tipos de perfis, inclusivamente vigas. Dadas as suas características resistentes a ambientes corrosivos, algumas das utilizações muito comuns são em: fabrico de barcos, estações de tratamento de aguas, plataformas de manutenção, pisos e escadas em industrias quimicas.
Tipos de gradil em PRFV
Tal como no gradil metálico, o fabricado em PRFV também pode ter varias malhas e alturas, fatores que lhe permitem adaptar-se ás necesidades de suportar cargas, ou cumprimento de normas de segurança. Também se pode fabricar na opção “cego”. Nesta opção, sobre a parte estrutural em grelha coloca-se uma camada sob a forma de chapa, que fecha a grelha e a torna plana. Para lhe conferira propriedades antiderrapantes esta chapa pode ter relevos (lacrimada), ou ser revestida de uma camada de resina misturada com areia de quartzo (com areia de quartzo). A sua escolha deverá depender do grau de aderência requerido.
Quando substitui o gradil metálico?
Depois de tudo o que foi referido atrás, podemos dizer que o gradil em PRFV substitui o metálico em situações em que o ambiente a que vai estar exposto seja altamente corrosivo e a galvanização não seja uma proteção suficientemente duradora, ou o custo da opção em inox tenha seja demasiado alto. Em resumo, a escolha deverá depender da analise dos diversos fatores que podem fazer com que um ou outro seja o mais adequado.